domingo, 27 de novembro de 2016

Fim do mundo!

Fim do mundo!
Cardosofilho

          Muitos brasileiros acreditaram que com Dilma Rousseff fora do governo nossos problemas estariam resolvidos. Bom que fosse. Na verdade, ela era apenas uma parte do grande problema Brasil. Pois veio Michel Temer, escalou ótima equipe econômica, mas os tropeços começaram na montagem de sua equipe de governo, na qual figurava Romero Jucá, flagrado tramando contra a Operação Lava-Jato ao dizer em conversa telefônica que a sangria precisava ser estancada. Teve que sair da equipe de Temer, por ausência de condição moral para continuar, voltou para o Senado Federal e continuou no mesmo esforço espúrio contra a Operação.
          Outros ministros deixaram, por uma razão ou outra, a equipe de Michel Temer, mas o que interessa tratar, agora, é da conspiração canalha contra a Lava-Jato, em que boa parte dos deputados federais e senadores trabalham descaradamente. Querem aprovar anistia ampla, geral e irrestrita para os chamados crimes de caixa dois, o que, na prática, significará o sepultamento da grande devassa que o juiz federal Sérgio Moro, o Ministério Público Federal e a Polícia Federal empreendem e que atinge políticos corruptos, empresas estatais, fundos de pensão e grandes empreiteiras de obras públicas. Até o momento, apesar do muito apurado, não se conhece a extensão total dos crimes cometidos. A cada passo da investigação, outros delitos e implicados aparecem, e o brasileiro constata, horrorizado, que a podridão é muito maior do que poderia sonhar em seu pior pesadelo.
          Compreensível a luta desesperada dos ratos de Brasília. O navio afunda e todos os que têm contas a acertar com a Justiça e a sociedade querem escapar, e a forma engendrada é a abominável anistia, que seria a pá de cal sobre todos os crimes cometidos pelos corruptos contra a Pátria. A piorar o quadro para as ratazanas, anuncia-se a delação premiada de executivos da Odebrecht. Dizem que será a delação do fim do mundo, que poucos deixarão de tombar no cenário político brasileiro. Fala-se que mais de cem – alguns estimam em mais de duzentos – serão atingidos pelas denúncias, e que o governo Temer será abalado até aos alicerces. Na verdade, ninguém sabe certo o que virá dessas novas delações, mas todos anteveem um abalo sísmico.
          É o preço a pagar, meus amigos. Não há outra opção. A pretendida anistia, se vier a ser aprovada, está sim será o fim do mundo, e os brasileiros não podem aceitá-la em nenhuma hipótese. Ou limpamos o País agora, seja qual for o preço, ou baixamos a cabeça como um povo desfibrado, com água nas veias, merecedor da lama de corrupção que nos afoga, e esqueçamos o assunto na resignação de gado jaguara. Que saqueiem o Brasil à vontade e padeçam os que não participam do butim.
          Soou a hora do “chega!”. Momento de voltarmos às ruas para proclamar que a anistia não passará e fazer soar o alarme nas redes sociais. É preciso que a advertência chegue, por todos os meios possíveis, aos deputados federais e senadores, de que mais esse ultraje à honra dos brasileiros honestos, essa cusparada na cara, não será aceita.

Novembro de 2016.

    

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